domingo, março 11, 2007

EMBAIXADA PORTUGUESA EM BAGDAD: THIS IS THE END

Qual o motivo para investir recursos na representação diplomática num qualquer país?
A meu ver só duas razões justificam essa presença: ou a existência de uma importante comunidade portuguesa emigrante carecida de apoio ou um potencial económico passível de gerar retorno a curto ou médio prazo dos custos nela envolvidos.
A notícia do fecho da Embaixada no Iraque assume, a esta luz, toda a lógica. Nos tempos de Saddam, quando a maioria dos iraquianos usufruía um estilo de vida sem qualquer comparação com a insegurança e a miséria actuais, justificava-se essa presença em função dos negócios entre ambas as partes. Não seriam muitos os portugueses a trabalharem em Bagdad, mas eram os bastantes para fundamentar um esforço financeiro a nível do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Agora, pelo contrário, existe uma total insegurança, que compromete a vida de quantos ali prestam serviço, e ninguém no seu juízo perfeito antevê a possibilidade de estabelecer parcerias comerciais com quem que seja nesse país destroçado.
Quem poderá, pois, considerar justificável a manutenção de tal Embaixada? Pelos vistos, apenas quem vê em qualquer facto o argumento para arremessar atoardas contra o Governo. Como sucede com a actual liderança do PSD…
Existe alguma expectativa de recuperação de qualquer euro consumido com representantes diplomáticos em Bagdade? O seguidismo face à Casa Branca e ao seu desacreditado ocupante justifica posições políticas apenas movidas pela necessidade de querer dar uma aparência de normalidade ao que o não tem: a actual sociedade iraquiana?
Numa altura em que se quer menos despesa pública é completamente justificável a decisão de eliminar embaixadas e consulados aonde os custos estejam longe de ser compensados pelas receitas, económicas e/ou políticas subjacentes…

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