A opção de Paul Klee pela pintura não foi fácil. Para a expressão da sua criatividade a escrita e a música também foram opções até por ter tido formação como violinista.
Os textos, que lhe são conhecidos mostram-no preocupado com a introspeção e a poesia até à Primeira Guerra Mundial, para depois se dedicar à teoria e à prática durante os seus anos passados na Bauhaus.
Pode-se, pois, considerar que a pintura reflete os seus interesses criativos nas duas outras áreas, tornando-o difícil de classificar numa escola precisa. “Pintor-poeta”, assim se definiu, e conhecem-se-lhe mais de nove mil obras. E o seu pensamento elaborado sobre a estética tornaram-no num dos maiores teorizadores da arte do século XX.
Ele nasceu em 1879 em Münchenbuchsee, perto de Berna e estudou em Munique, que era, então, uma das mais importantes capitais artísticas da Europa.
Em 1900 deixou a Academia das Belas Artes e o curso de Franz von Stuck, pintor simbolista e animador do secessionismo.
As gravuras satíricas «Invenções», que criara entre 1903 e 1905, não têm sucesso e levaram-no a isolar-se numa reflexão ontológica e plástica, que relatou em forma de «Diário». Viveu uma fase analítica em que escolheu temas fantasmáticos como os utilizados para as ilustrações de «Candide» de Voltaire em 1912, quando sucessivas dúvidas e de crises travavam a chegada da maturidade.
No entretanto viajara frequentemente para melhor se procurar definir: de outubro de 1901 a maio de 1902 percorreu a Itália e manifestou desconfiança pelos modelos clássicos. Quer em 1905, quer em 1912, as visitas a Paris serviram-lhe para conhecer o que aí se procurava afirmar como rutura com os padrões académicos. Contactou com os cubistas, encontrou-se com Robert Delaunay de quem traduziu o ensaio sobre a luz, e rendeu-se a Cézanne, que prefere a Van Gogh.
«Na Pedreira», de 1913, e «Monte Niesen», de 1915, são aguarelas, que refletem essa afinidade.
Nessa altura já começava a ser conhecido, sobretudo pelo relativo sucesso de uma retrospetiva em Berna em 1910. Foi quando Alfred Kubin o apoiou e conheceu Kandinsky, Macke e Franz Marc, todos pertencentes ao movimento expressionista Blaue Reiter.
Em 1914 viajou até à Tunísia, fascinando-se com os seus cromatismos, que lhe motivaram uma conclusão em forma de diário: “Eu e as cores somos só um. Sou pintor”.
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