Quem conseguirá apossar-se do petróleo do Gana? O documentário de Rachel Boynton, aqui proposto, investiga uma luta impiedosa em que são protagonistas as companhias petrolíferas, os grandes bancos internacionais, os governos e as forças rebeldes.
Quando esse petróleo foi descoberto na zona costeira do país, o carismático líder da Kosmos Energy, uma PME de Dallas especializada na prospeção marítima, partiu à conquista desse país, até então sem qualquer historial em tal tipo de negócio. Apoiado em fundos especulativos - entre os quais a Blackstone, que faz figura de Goldman Sachs do setor - e beneficiando da confiança do governo de Acra, apontou para objetivos ambiciosos. Mas com a mudança do governo os investidores perderam a paciência perante a evidência de não virem a receber os esperados retornos.
Rachel Boynton começou a investigar a indústria petrolífera da África Ocidental em 2006. Nos seis anos seguintes conseguiu falar com todos os atores aí em cena, permitindo-nos entrar nos salões onde se encontram administradores das empresas com chefes de estado e nas selvas tropicais onde guerrilheiros andam a sabotar oleodutos.
O objetivo é esclarecer quem ganha com essa luta sem tréguas pelo controlo dos recursos naturais.
Em contraponto o filme apresenta uma visão pessimista do futuro, utilizando para tal o exemplo de um país vizinho, a Nigéria, onde a mesma indústria está implantada desde os anos 50.
Sessenta anos depois a população do país não beneficiou dos biliões de dólares de receitas do petróleo, que foram diretamente para os bolsos dos políticos, dos militares, dos administradores das empresas ou dos que lhes serve de intermediários.
Algo afinal muito semelhante ao que podemos, igualmente, verificar em Angola com a corte do plutocrata José Eduardo dos Santos.
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