Nesta antevisão do que serão os concertos de amanhã e depois no Grande Auditório da Gulbenkian, proponho aqui a versão do segundo andamento da «Missa Solemnis» de Beethoven tal qual Sir Gilbert Levine a dirigiu à frente da Royal Philarmonic Orchestra e o London Philarmonic Choir.
De facto Beethoven seguiu rigorosamente o cânone, que instituíra cinco partes para as Missas - Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei.
Este segundo andamento é uma explosão de êxtase com o coro e a orquestra no seu todo a exprimirem a «Gloria a Deus nas alturas».
Há fugas para o louvor, solos para a súplica. E a melodia ora é ascendente para «gloria», mais contida para «miserere nobis» («tende piedade de nós»), dinâmica para «te adoramus» e com acordes em pizzicato para o mistério sagrado do «quoniam tu solis» («pois só vós sois santo»).
A conclusão é galvanizadora com duas fugas a exprimirem «em gloria Dei Patria, Amém», culminando no grito a capella de «Gloria».
Segundo Cristina Fernandes “é principalmente nestas rubricas que os modelos da missa vienense são acomodados a antigas tradições como a herança das Missas de Palestrina, Bach e Haydn.”
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