terça-feira, setembro 30, 2014

LEITURAS: «1Q84» de Haruki Murakami (1º volume) III - Singularidades

Aomame e Tengo são os protagonistas da trilogia «1Q84», sobre a qual iniciámos aqui a abordagem ao sabor da respetiva leitura.
Víramos anteriormente que ela era uma professora de ginástica no dia-a-dia, mas com um part time singular nos tempos livres: assassina profissional por conta de uma velha senhora apostada em erradicar do universo dos seres vivos todos os crápulas com historial de violência doméstica ou violação.
Na missão, que lhe cabe cumprir no início do primeiro dos volumes desta história, o visado é um especialista em investimentos petrolíferos a trabalhar no recato de um quarto de hotel.
Extremamente competente, Aomame mata as suas vítimas sem elas se aperceberem do que lhes está a suceder: “O corpo de Miyama ficou hirto, pouco a pouco, foi perdendo energia. Como acontece quando o ar começa a sair de uma bola de basquetebol. Mantendo a pressão do indicador no ponto preciso da nuca, Aomame colocou o homem de borco sobre a secretaria. A sua cara ficou de lado, com os documentos a servirem de almofada. Os olhos estavam abertos, ainda com uma expressão de surpresa. Dir-se-ia que testemunhara algo totalmente inexplicável no derradeiro momento de vida. Não se podia dizer que fosse dor. Ou medo. No seu rosto, lia-se puro espanto.” (pág. 68)
De outra natureza é a missão de Tengo: convencido por Komatsu, um dos responsáveis pela editora para que trabalha, deverá obter de uma adolescente a autorização para reescrever, com maiores cuidados literários, a história por ela enviada para um concurso literário. É assim que, num restaurante de Shinjuku,  conhecerá Fuka-eri, que muito o impressionará: “O mero facto de a ver à sua frente provocava-lhe uma espécie de tremor violento ao ponto de o atingir em cheio no coração. Era o mesmo sentimento que lhe provocara a fotografia da jovem, quando a vira pela primeira vez, com a diferença de que, na presença dela, o estremecimento se intensificou. Não se tratava de amor nem de desejo sexual. Qualquer coisa conseguira infiltrar-se no seu interior através de uma pequena brecha e procurava colmatar o vazio que existia dentro dele. Era a sensação que tinha . O vazio não fora criado por Fuka-eri. Existiam sempre no seu intimo. Ela limitara-se a fazer incidir sobre ele uma luz especial.“ (pág. 85)
Fuka-eri dá-lhe a autorização para reescrever «A Crisálida de Ar» mas impõe-lhe um reencontro com outra pessoa para o domingo seguinte. A Komatsu, Tengo confidencia: “Para ser franco (…) tudo isto me deixa nervoso. Se bem que não existam razões concretas para sustentar as minhas afirmações, tenho a sensação de me estar a meter em qualquer coisa fora do normal. Quando estava na presença de Fuka-eri não senti nada parecido, mas, desde que nos separámos, essa sensação avolumou-se. Chame-lhe uma premonição ou apenas um pressentimento estranho se quiser, porém, há aqui algo de esquisito. Fora do normal, como referi. Sinto-o com todo o corpo, mais do que apenas com a cabeça.” (pág. 92)
Os temas característicos de Murakami vão-se reiterando: o peso das premonições, a singularidade psicológica de alguns personagens, os estranhos sinais dados pela realidade para confundir a realidade e o sonho ou com alguma outra dimensão do tempo ou do espaço onde todas as normas instituídas perdem o seu sentido.

domingo, setembro 28, 2014

FILME: «Seis Sessões» de Ben Lewin

«Seis Sessões» foi a primeira longa-metragem assinada por Ben Lewin e teve a virtude de abordar subtilmente o tabu da sexualidade dos deficientes, através do caso real de Mark, um poeta condenado a viver sempre deitado desde que foi afetado pela poliomielite aos seis anos. Quando o filme começa ele já tem 38 anos e sente a necessidade imperiosa de perder a virgindade.
Para alcançar tal objetivo contrata seis sessões com uma terapeuta sexual, que lhe dará a conhecer o fascínio das sensações inerentes às diversas formas de alcançar o orgasmo.
Nem implicando um mero voyeurismo nem se deixando enredar na circunstância de um dos seus protagonistas passar todo o filme deitado, Ben Lewin é particularmente eficaz quando substitui o gesto pela palavra, frequentemente revestida de humor.
Adaptado da verdadeira história de Mark O’Brien e do seu artigo «On seeing a sex surogate», «Seis Sessões» mistura poesia, com tristeza e amargura, quando, prisioneiro do seu corpo, Mark não consegue evitar os enleios do amor, acabando por conhecê-lo com as três mulheres a quem se renderá nos últimos dez anos de vida.
Lewin consegue evitar habilmente a tendência para o miserabilismo, que justificaria muitos lenços húmidos à conta do sofrimento do «aleijadinho», através da forma como escolhe os enquadramentos dos corpos, expostos sem pudor, de frente e sem sombras: os corpos desnudados colam-se entre si e à medida da ternura despoletada pela cumplicidade entre o paciente e a terapeuta. É que iniciando-se na lógica da abordagem clínica, a relação entre Mark e Cherryl, aprofunda-se após cada uma dessas sessões, porque ele irá emancipar-se, ganhando confiança, como se pudesse vir a dispensar o pulmão de aço em que passa as noites para absorver a vida com grandes golfadas de ar.
Ela que se julgaria inexpugnável na carapaça profissional, acaba por sentir o sortilégio daquela relação, que a perturba ao ponto de fragilizar as suas certezas.
Na forma como se deixa conduzir pelos poemas de Mark e pela forma original de gerir as emoções, o filme consegue ser irreverente face a muitos tabus da nossa sociedade, contando ademais com um elenco superlativo: John Hawks credibiliza a faceta ingénua e divertida do protagonista. Helen Hunt é igual a si mesma, sempre interessante nos pequenos gestos e expressões faciais, que enriquecem a caracterização de Cherryl. E há também William H. Macy no desempenho do padre a quem Mark recorre para colher conselhos e partilhar confidências. Até porque o confronta com as contradições entre os axiomas da sua fé e as premências das circunstâncias!
De certa forma o filme reflete os impasses de uma sociedade norte-americana perturbada por tantas disfuncionalidades sexuais por efeito da influência castradora das várias igrejas, que enfatizam os perigos do pecado, quando continua a ser a busca do prazer o objetivo inconfessável do que buscam os seus crentes... 

sábado, setembro 27, 2014

FILOSOFIA: a solidão segundo Rousseau

Um dos filósofos, que abordou substantivamente o tema da solidão foi Rousseau, sobretudo naquele que foi o seu derradeiro título, «Rêveries du Promeneur Solitaire», escrito entre 1776 e 1778, quando se decidira afastar dos seus contemporâneos e, no silêncio do seu eremitério, serenar as dores de por eles se sentir ostracizado. E, no entanto, redigindo os pensamentos, que lhe vêm à mente, enquanto se passeia pelos campos e pelos bosques da enorme propriedade do seu benfeitor, o marquês Girardin, em Ermenonville, ele nunca deixa de pensar com simpatia nos seus semelhantes: “é por os amar, que deles fujo”.
Da leitura destes dez textos pode-se medir a originalidade das ligações reais e sonhadas, que o solitário mantém com a comunidade de que se excluiu. Não se lhe pode dissociar a experiência vivida da reflexão filosófica com alcance universal: é a vida interior que permite decifrar o outro, e os outros de si mesmo.
Pode-se, pois, dizer que as «Rêveries» foram escritas para si mesmo e não para os outros, como projeto final de mobilização do que o ser tem de mais genuíno para atingir a universalidade.
Rousseau vive na contradição entre a pertença e a exclusão, a singularidade e a universalidade, a contemplação e a ação. Por isso depressa o deixamos de considerar como o excluído da humanidade de que ele se reivindicava para o vermos como o pioneiro de uma comunidade ideal, dotada do saber do que de melhor existe no humano.
Até porque a sua propalada solidão é muito questionável: na sua permanência em Ermenonville nunca deixará de ser visitado por quantos querem com ele debater as questões levantadas pelas suas teses sobre a desigualdade e o contrato social - não esqueçamos, que a Revolução Francesa já se vislumbrava no horizonte temporal a década seguinte.
Rousseau concluirá que o Grande Solitário é Deus e só pela natureza será possível estabelecer com ele um contacto possível. Mas, infelizmente, entre a Natureza e ele sobram demasiados homens.
Em contraponto concluirá que o maior adversário da chave do humano universal será o amor próprio, produto histórico-social causador de todas as paixões alienantes. E mais longe não foi, porque, entretanto, morreu...


sexta-feira, setembro 26, 2014

LEITURAS: «1Q84» de Haruki Murakami (1º volume) II - Tengo e os perigos do escritor fantasma

Haruki Murakami defende que se só nos dispusermos a ler os livros apreciados pela maioria de leitores, só poderemos reproduzir aquilo que se anda coletivamente a pensar.
Talvez seja esse o motivo para continuar a ler-lhe os livros porque, muito embora ele esteja convertido em autor de best sellers não deixa de convidar-nos a entrar em lógicas de pensamento não muito habituais em função do nosso assumido racionalismo cartesiano.
Não será pois por admiração pelo estilo, que leio Murakami sem jamais me entusiasmar. Mas interessam-me outras idiossincrasias como as que estão subjacentes à cultura japonesa de que ele é, hoje, um dos principais divulgadores...
Nos dois primeiros volumes da trilogia «1Q84», os títulos dos capítulos alternam entre Aomame - a vingadora, que elimina homens identificados como agressores das esposas ou violadores de quaisquer outras mulheres, e já abordada no texto anterior - e Tengo, um jovem professor de matemática, amiúde assombrado por uma recordação de quando contava apenas ano e meio de idade: “Por vezes o episódio demorava trinta segundos a passar, outros prolongava-se por mais de um minuto. Durante esse tempo, repetia-se automaticamente a mesma imagem, como se estivesse a passar num aparelho de vídeo programado para aquela função. A mãe deixava descair as alças da combinação e o homem punha-se a chupar os mamilos endurecidos. Ela fechava os olhos, deixava escapar um suspiro profundo.” (pág.30)
Essas reminiscências distantes teriam, em seu entender, algo a ver com reações psicossomáticas, que o acometiam sem pré-aviso: “Daquela vez o ataque foi dos grandes. Tengo fechou os olhos, levou o lenço à boca, como sempre, e mordeu-o com força. Não podia dizer quanto tempo aquilo durou, com base no seu estado de exaustão. Sentia-se fisicamente esgotado, mais cansado do que nunca. Passou-se algum tempo até que conseguisse abrir os olhos. A sua mente queria despertar, mas os músculos e os órgãos internos resistiam. Como um animal em estado de hibernação, que acordasse do seu sonho antes de tempo, na estação errada.” (pág. 31)
Além de professor, Tengo também tem a escrita como hobby, quer praticando-a, quer ajudando um editor, Komatsu, a escolher os melhores manuscritos candidatos ao prémio literário da revista por ele editada.
Mas, agora, Komatsu desafia-o para um projeto diferente: pegar num desses manuscritos, da autoria da jovem adolescente Fuka-eri e reescrevê-lo para manter-lhe a excelente história embora alterando totalmente a  incipiente escrita. Com o título de «A Crisálida de Ar» contariam com um forte candidato a um dos principais prémios literários japoneses.
“A questão é muito simples. - continuou Komatsu, a agitar a colher de chá ao sabor do improviso - Reunimos dois escritores e criamos um novo autor. Juntamos o teu estilo perfecionista à história em bruto da Fuka-eri. Parece-me ser a combinação ideal.” (pág. 47)
Apesar de considerar o projeto como algo fraudulento, Tengo acaba por aceder à transformação do manuscrito da adolescente até pelo facto de se ter deixado sugestionar pelo sortilégio do que ele sugeria.


BANDA SONORA: "Across the Water" de Vashti Bunyan

No início da década de 70 Vashti Bunyan era uma das cantoras, que se fazia acompanhar à viola e pertencia à tribo em torno de Donovan. Hippie, ela ficou esquecida durante 35 anos, até que músicos com idade para serem seus filhos a resgatarem do olvido e lhe deram possibilidade de voltar a fazer-se publicar em disco. 
«Heartleap» é o album acabado de surgir e que merece ser ouvido como eco de sons algo perdidos na voragem dos tempos e dos valores a que se atinham.

quinta-feira, setembro 25, 2014

LITERATURA: Hillary Mantel e o assassinato de Margaret Thatcher

Promete ser saborosa a continuação da polémica, que está a processar-se na Inglaterra atual em função da publicação pelo «The Guardian» do conto de Hilary Mantel “The Assassination of Margaret Thatcher – August 6th 1983”.
A celebrada escritora, que já ganhou dois Booker Prize à conta da sua biografia romanceada sobre Thomas Cromwell e se tornou numa potencial candidata ao Prémio Nobel, imaginou um par improvável constituído por uma dona de casa e por um guerrilheiro do IRA a beberem um chá na casa defronte da qual a então primeira-ministra inglesa estará para sair depois de uma operação à vista. E donde poderá ser visada mortalmente para pôr fim à sua desastrosa política para com os mais explorados dos seus concidadãos.
Para os conservadores a possibilidade de uma história, que torna simpática a possibilidade de se ter conseguido assassinar uma das mais execráveis políticas do século XX, constitui uma espécie de profanação, que os está a motivar para uma campanha feroz contra a escritora.
Por seu lado, Hilary Mantel, que não esconde a antipatia por Thatcher, assume tê-la interessado as motivações de quem tanto odiou e continua a odiar aquela personalidade.
É claro que está a prevalecer a lógica da liberdade criativa como valor essencial a defender contra os objetivos censórios dos que tanto gostariam de atear chamas em autos-de-fé. E o pior que pode acontece nesta altura aos conservadores é haver quem já alcançou suficiente estatuto moral para tomar como alvo os seus heróis de pés-de-barro.
A História anda a encarregar-se de dar de Thatcher o perfil hediondo de quem só pode emparceirar com os Pinochets por ela tão apreciados, por muito que os seus defensores até tenham convencido Meryl Streep a maquilhar-lhe a sinistra personalidade. E Hilary Mantel só contribui para prosseguir esse labor no sentido de conciliar a História com a verdade sobre essa odiada figura.

LIVRO: “Alabardas” de José Saramago

No dia seguinte à distribuição do livro pelas livrarias do país lá compareci numa delas para comprar o derradeiro (e inacabado) romance de José Saramago.
Cumpro assim o ritual antigo de, tão só o nosso Nobel publicava novo título e lá estava eu a integrá-lo na minha biblioteca pessoal, lendo-o devagar, sem pressas para melhor me deleitar com o seu conteúdo e a forma de o explorar.
Este gesto diz tudo sobre a admiração, que alimento pelos textos de Saramago desde que levei «O Memorial do Convento» - então acabado de aparecer! - para uma  longa estadia de mais de quatro meses a bordo de um navio mercante.
Naquela viagem a história de Baltasar e de Blimunda encantou-me. Como viria a acontecer com as de tantos personagens memoráveis de romances posteriores desde «O Ano da Morte de Ricardo Reis» a «Ensaio sobre a Cegueira» culminando no delicioso «Viagem de um Elefante» sem esquecer o último título completo saído da sua lavra, «Caim».
É claro que terei pena de só ler de «Alabardas, Alabardas» uma pequena parte do romance que, se fosse vivo, Saramago levaria até ao fim, mas mesmo inacabado tenho por mim, que mais valerão estas suas páginas  derradeiras do que propriamente a maioria das coisas, que vão aparecendo como supostamente completas, mas sem a profundidade do pensamento e a riqueza estilística, que eram a dele.
Como leitor, está-me prometida para breve uma nova experiência enriquecedora!

quarta-feira, setembro 24, 2014

FILME: «Shirley, Visões da Realidade» de Gustav Deutsch

Gustav Deutsch, realizador austríaco, concretizou aquilo que muitos de nós sentimos perante os quadros de Edward Hopper: face às pessoas neles representadas é licito questionarmos quem são, o que estão a sentir com os seus olhares tristes e esses corpos prostrados por circunstâncias, que parecem acossá-los?
E será que o casal do apartamento nova-iorquino banhado de luz terá acabado de ter uma discussão? Porque é que todas essas pessoas parecem estar tão desoladas?
Foi para responder a essas questões, que Deutsch assinou um filme tão radical. Em estúdio reconstituiu os espaços límpidos e vazios de treze célebres quadros do mestre americano. E desenvolveu o filme em treze episódios para que esses quadros ganhem vida.
Partindo de diversas personagens femininas das telas de Hopper, Gustav Deutsch cria Shirley, uma atriz que atravessa a América desde os anos 30 até aos anos 60.
A experiência é hipnótica e alguns espectadores não deixarão de aceder ao próprio subconsciente enquanto outros cederão provavelmente ao apelo do sono.
O filme estreou há uma semana nas salas francesas e comporta uma outra novidade, que não suspeitávamos: os enquadramentos de Hopper decorrem mais de um assumido surrealismo do que de uma mera representação figurativa de um cenário. Muito do mobiliário ou das formas arquitetónicas têm dimensões inexequíveis na vida real. E tendo em conta que quem o diz é um realizador com formação de arquiteto, tendemos a acreditar ...

DOCUMENTÁRIO:«Let my people go» de Régis Wargnier

Na origem deste projeto esteve o próprio Régis Wargnier, que comungava com o canal franco-alemão ARTE a vontade em abordar o universos dos campos de refugiados com a ajuda de outros cineastas.
Conhecido do grande público pelos seus grandes frescos históricos - «Indochina» (Oscar do melhor filme estrangeiro) e «Une femme française» - o cineasta já tinha currículo no documentário com o filme «Coeurs d’athlétes», co-realizado com Patrick Montel em 2003.
Dez anos depois ele esteve no campo de Beldangi, no Nepal, para acompanhar o percurso da família de Dhan, que integra a mulher Wangchuk e as filhas Shreejana e Sandhiya, e se preparavam para exilar-se nos Estados Unidos.
Implicitamente o filme condena o regime butanês (sim, o tal que ainda há pouco tempo era tão admirado pela introdução do indicador sobre a felicidade dos povos, como se a ele atribuísse importância substantiva!) por ter ostracizado as populações de origem nepalesa, que se tinham instalado há gerações no seu território para trabalharem na agricultura e cujo crescimento demográfico o assustou ao ponto de os atacar violentamente. Mas também revela o excelente trabalho de António Guterres à frente da organização da ONU encarregada de arranjar soluções para estas populações expulsas do seu habitat original.
Muito embora não garantam empregos fixos para Dhan e para Wangchuk à chegada a Rochester  - aonde eles já contavam com familiares dispostos a apoiá-los - as condições facultadas para que possam realizar o seu sonho americano é digno dos maiores elogios...


BANDA SONORA: «Infinity» de Yann Tiersen

A 19 de outubro o compositor bretão Yann Tiersen dará o único concerto em Portugal integrado na tournée mundial agora iniciada com o seu mais recente álbum. Será no CCB.
Através do link para a audição completa deste albúm pode-se concluir que a obra de Tiersen não se resume ao sucesso com a banda sonora de «Amélie Poulain». Até porque esses clichés parisienses em torno de Montmartre pouco têm a ver com o quotidiano de quem se foi instalar na austeridade da ilha de Ouessant.
«Infinity» tem muito mais a ver com a força das tempestades do que com as pieguices de corações cheios de bons sentimentos.
Haverá quem fique dececionado, mas também não faltará quem goste de que haja mais mundo do que o de uma fada boazinha numa França colorida com os tons da Frente Nacional de Le Pen...