segunda-feira, maio 16, 2016

DIÁRIO DE LEITURAS: «L'ombre des chats» de Arni Thorarinsson

Apreciador de romances policiais, sobretudo os de origem escandinava, sou capaz de abranger essa geografia até à Islândia até por constituir paisagem de minha grata predileção desde que, na viragem dos anos 80 para os de 90 aí celebrei dois dos meus aniversários, um em Reiquiavique, e o seguinte em Akureiri.
Ora é entre essas duas cidades, que se passa o romance de Arni Thorarinsson, um dos que integra a coleção por ele dedicada a Einar, jornalista do «Jornal da Tarde» da capital, que irá viver um ponto de viragem no seu percurso profissional.
Tudo começa com um casamento entre duas amigas dele, Kristin e Saga, cuja cerimónia é perturbada por uma prenda anónima, que lhes é enviada: um pénis (que depois se revelará falso) dentro de uma garrafa de vidro.
Seria apenas uma brincadeira de mau gosto?
O problema é que, dias depois, uma das noivas é encontrada morta com um amigo homossexual no que parece ser um suicídio partilhado e programado por computador.
A atenção de Einar tem de se distribuir por dois outros casos, que o interessam como jornalista: a agressão assassina do capataz  de uma empresa por uma ou mais mulheres ainda por identificar, revelando-se depois o carácter hediondo do morto, que costumava assediar as empregadas sob a sua alçada. E a crise interna do Partido Socialista, que assume uma vertente mais pessoal, porque começa a receber SMS de um dos seus proeminentes dirigentes, que indiciam um convite homossexual, logo denunciado na praça pública por quem está ao serviço de um dos candidatos.
Einar vai andar numa azáfama, tanto mais que o chefe de redação, ao mesmo tempo seu mentor e modelo em deontologia, é obrigado a ausentar-se por doença. Para encontrar respostas sobre quem matou quem, junta esforços com Jonas, um polícia com que inicialmente antipatizava.
Tudo acabará por se esclarecer com os culpados a serem apanhados ou castigados, sobretudo o que assassinou Kristin. Onde se irá concluir que, apesar de muita avançada nos valores e costumes, a sociedade islandesa ainda manterá os seus fantasmas quanto à rejeição de tudo quanto não significar uma relação heterossexual...

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