sábado, abril 07, 2018

(DL) A dimensão filosófica do Principezinho


Em «O Principezinho» Antoine de Saint-Exupéry debruça-se sobre a sua condição de escritor e de artista: ele é aquele que desenhando mal, consegue pelo que pelo rabiscar e pelas palavras, procura dar representação ao tal invisível apenas pressentido, porque os olhos o não abarcam.
É o encontro com o personagem vindo das estrelas, que lhe possibilita o acesso a esse inatingível. Por isso pode considerar-se o livro como um conto filosófico de mensagem bem explicita. No final o Principezinho morre, mordido pela serpente, voltando ao seu planeta e salvando o narrador. Há melancolia nesse desiderato, mas  também encantamento. Porque reflete-se sobre a possibilidade da salvação estar intrinsecamente ligada ao luto, à sensação de perda.
Há, pois, uma dimensão crística no Principezinho, tanto mais que, no epílogo, o narrador abre espaço para a ressurreição...

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