quarta-feira, abril 18, 2018

(DIM) «Vinte e uma Noites com Pattie» de Arnaud e Jean-Marie Larrieu (2015)


Caroline regressa á terra natal para enterrar uma progenitora que pouco conheceu e cuja casa pretende vender. É nela que encontra a viver um grupo de amigos da defunta, por eles designada como Zaza. Há sobretudo Pattie, sempre pronta para animar todos quantos a rodeiam com anedotas sobre a sua vida sexual.
Sensível ao hedonismo ali constatado, Caroline sente-se contraditória entre as obrigações do velório e os efeitos do convívio com Pattie na sua libido insatisfeita. Nessa noite o corpo da defunta desaparece, não se sabendo se raptado por algum amante saudoso se, pior, como ato de um necrófilo. É então que surge Jean, amigo de Zaza, que parece perturbado pelo seu duplo desaparecimento.
Num bucólico ambiente estival, as inibições diluem-se e os contrários atraem-se. Mais sugerido do que revelado, o erotismo exprime-se preferencialmente pela palavra, ou seja nas tiradas hilariantes de Pattie ou nos devaneios literários de Jean.
Necrofilias, obscenidades: o filme dança à beira do abismo sem perigar a imaginativa realização, que se apossa do macabro quando atribui o respetivo desempenho a uma graciosa coreografa (Mathilde Monnier).

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