quinta-feira, abril 05, 2018

(DIM) «Plásticos por todo o lado» de Albert Knechtel e Nanje Teuscher (2018)


Numa prancha de surf fabricada com garrafas de plástico respigadas do lixo, o holandês Merijn Tinga empreendeu um espantoso périplo destinado a sensibilizar as populações para o problema da poluição provocada por esse tipo de material, percorrendo os 1200 quilómetros do curso do Reno desde a nascente do rio até ao estuário em Roterdão. 
Batendo-se por um sistema de colheita e reciclagem das garrafas usadas, sobretudo das fabricadas em politereftalato (PET) ele não é um isolado D. Quixote a enfrentar moinhos: o compatriota Dick Groot localiza com o GPS as lixeiras do Haiti, para que a empresa The Plastic Bank, fundada pelos canadianos David Katz e Shaun Frankson,  as compre aos respetivos habitantes. Por seu lado, nos seus laboratórios os cientistas analisam as emissões libertadas pelos brinquedos ou a proliferação de micropartículas resultantes da degradação dos plásticos nos oceanos, com consequências devastadoras na fauna marítima, nomeadamente na que acaba no nosso prato.
Símbolo da sociedade do desperdício, os plásticos tornaram-se incontornáveis no nosso dia-a-dia. Resistentes, leves e baratos, tornaram-se uma praga. Entre os perigos do seu abandono na natureza e os riscos sanitários relacionados com a reciclagem rudimentar - nomeadamente em zonas pobres da China - a reportagem percorre três continentes para chegar a conclusão alarmante: face aos poderosos monopólios industriais a catástrofe está próxima. Será que os políticos reagirão a tempo de a evitar?





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