Os cerca de onze minutos que dura a peça «As Hébridas» é a que mais me agrada em toda a obra de Mendelssohn, ainda que toda ela mereça apreciação positiva. Composta em 1832, quando o compositor fez uma viagem pela Escócia e aí descobriu a gruta de Fingal, consegue sugerir musicalmente, graças à intervenção dos violinos, das violas e dos violoncelos, o movimento tumultuoso das ondas a quebrarem-se nas rochas e a solidão de quem o contempla. Como se o célebre vulto do pintor Caspar Friedrich David tivesse à sua frente, não as montanhas, mas o horizonte revolto das águas do mar.
Bastava sabê-la num dos programas dos Dias da Música para constituir uma escolha óbvia.
No espetáculo, que contou ainda com a Sinfonia nº 3 do compositor, pudemos conhecer, igualmente, o projeto da Orquestra XXI, que reúne músicos muito jovens, todos portugueses emigrados em vários países europeus, alguns já profissionalizados em Orquestras prestigiadas, os outros ainda a estudarem para nelas virem a ter cabimento.
A dirigir as dezenas de instrumentistas esteve Dinis Sousa, jovem maestro de formação pianística, que, estabelecido em Londres, começa a singrar sob a égide de Sir John Elliot Gardiner de quem teve o privilégio de ser assistente.
Sem comentários:
Enviar um comentário