Foi um regresso ao CCB em grande depois de quatro anos de boicote às iniciativas ali comandadas pelos que se sucederam a Mega Ferreira, depois de Miguel Relvas ter imposto o seu despedimento para ali colocar Vasco Graça Moura. Muito embora já sem o dinheiro que possibilitava a vinda de alguns dos nomes mais comunmente vistos nas emissões da Mezzo, a prata da casa saiu-se muito bem do desafio, sobretudo porque contámos com tantos talentos ali a expressar-se num curto fim-de-semana.
O trabalho de formação de novos talentos concretizado por algumas das nossas Orquestras, com destaque para a Metropolitana e para a de Câmara Portuguesa, possibilita que tenhamos fundadas expectativas quanto a um futuro brilhante de muitos daqueles jovens a nível internacional. Nesse sentido foi memorável o concerto com Pedro Carneiro a dirigir a Jovem Orquestra Portuguesa na «Sinfonia do Novo Mundo» ou o da Orquestra XXI a contas com Mendelssohn, olhando para a idade de tantos dos que as integravam.
Na composição foi encantatória a peça estreada por Miguel Azguime, reveladora da vitalidade da nossa música contemporânea. E tivemos excelentes espetáculos de ensembles - o Ludovice e os Músicos do Tejo - ambos a satisfazerem o nosso fascínio pelo Barroco.
Não esquecendo o concerto de Rabi Abou Khalil com Ricardo Ribeiro, quem destaco como solista de exceção destes dias foi a violinista Tatiana Samouil, que interpretou o Concerto nº 5 para Violino de Mozart, K219 com a Orquestra de Câmara Portuguesa. Com a solidez da sua formação russa, embora agora radicada na Bélgica, a violinista demonstrou porque conta tantos prémios internacionais no seu palmarés.
Andei pelo You Tube a ver se a encontrava nesta peça e não a encontrei. Dei, porém, com a sua interpretação do 1º andamento do Concerto para Violino de Tchaikovski, de que tanto gosto. Fica, pois, a sugestão para apreciar um nome que fica registado como dos agora conhecidos.
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