Um dos realizadores de referência de Rainer Werner Fassbinder foi Douglas Sirk, que assinou alguns dos mais representativos melodramas de quantos foram produzidos em Hollywood. Se houve alguém capaz de encharcar lenços a plateias de espectadores piegas, esse foi, de facto, Douglas Sirk. Mas, antes de demandar os Estados Unidos, integrando a longa lista de exilados do nazismo, ele assinava pelo seu nome alemão - Detlef Sierck - e já se especializara nesse género cinematográfico.
«Por Terras Distantes» é um exemplo eloquente do seu importante papel no cinema alemão da década de 30, tendo ainda como aliciante a presença de Zarah Leander, cuja importância não era menor que a de Marlène Dietrich.
Só que Zarah, não só escolheu permanecer na Alemanha como se dispôs a servir a propaganda nazi, quando ela já não conseguia escamotear os crimes cometidos à sua pala. Por isso mesmo a sua carreira cinematográfica nunca voltaria a encontrar o fulgor deste período.
Em «Terras Distantes» ela é uma atriz que, por amor, assume a culpa pela vigarice de um aristocrata arruinado e vai presa para a Austrália. Sem que aquele por quem se sacrificou tivesse querido voltar a saber dela.
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