Este ano, em que já dei por terminado o boicote ao Centro Cultural de Belém - iniciado quando para lá foi nomeado um poeta estimável, mas odioso político, em substituição de Mega Ferreira! - volto a sentir a dificuldade em conjugar o Festival Indie com os Dias da Música.
Excluindo assim o fim-de-semana, em que passarei horas e horas a “ouver” concertos, restam-me só sete dos dez dias do Festival para apreciar filmes independentes. E a escolha está feita, não incluindo nenhum do realizador homenageado nesta ocasião, Paul Verhoeven. É que apesar de recentemente caucionado pelos «Cahiers du Cinéma», os seus filmes continuam-me a parecer ambiguamente fascistas.
Como é difícil dissociar-se dessa suspeita, ele aproveita uma entrevista do «Público» para justificar a razão do seu documentário de 1970 dedicado a Anton Mussert, então líder do movimento nazi holandês: “Eu diria que é ter a mente aberta. (…) Falamos em pessoas do lado dos bons e do lado dos maus, mas em ambos os casos estamos a falar em quem acreditou em algo. (…) É preciso ouvir essas pessoas e pensar porque é que elas fizeram o que fizeram. Este tipo, Mussert, era um político fraco, mas é interessante perceber como é que as pessoas se deixam seduzir por outras em certos momentos.”
Tenho, pois, mais do que fazer do que dedicar tempo a quem escolheu outro fascista, Robert Heinlein, como autor a adaptar num dos seus posteriores filmes norte-americanos («Starship Troopers»). Ou de quem é assumidamente culpado pela destruição do percurso cinematográfico de uma atriz, até então em ascensão, Elizabeth Berkley, sua protagonista em «Showgirls».
Tenho, pois, dez filmes para ver e o que mais me abre o apetite cinéfilo é o «Treblinka» do Sérgio Tréfaut, cujo link do trailer aqui anexo...
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