Foi um excelente concerto o da Abertura destes Dias da Música, que contou com lotação esgotada no Grande Auditório do CCB.
A Orquestra Sinfónica Metropolitana demonstrou ser a que melhores garantias dá, entre nós, de um desempenho de excelência, sobretudo desde que a do São Carlos passou a estar reservada ao frenesim da sua atual responsável. E apesar da simpatia, que me merece Pedro Carneiro, a sua jovem Orquestra de Câmara ainda necessita de ganhar maior experiência.
Com Pedro Amaral tivemos a demonstração do que deve ser um maestro: conhecedor profundo das peças a interpretar (exceto na de Manuel de Falla dispensou o auxílio da pauta), sóbrio e contido, mas de uma eficácia irrepreensível. E a centena de instrumentistas estiveram inexcedíveis, sobretudo na «Scheherazade» de Rimski-Korsakov, que suscitou entusiásticos aplausos dos expectadores. Desconhecendo a identidade da primeira violinista, ela revelou bem o seu talento no tema, que repetidamente surge nos vários andamentos.
A ideia de conjugar os sons evocativos de Espanha com os do Oriente resultou em pleno, muito embora «Iberia» não seja o que de melhor Debussy criou, nem as «Noites nos Jardins de Espanha» constituem o que mais me agrada em Falla. Nesta última peça contou-se com o pianista catalão Josep Colom, que não impressionou, mas também não comprometeu…
Perante esta estreia estes três dias apresentam-se sob os seus melhores auspícios!
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