O primeiro concerto que vimos neste sábado nos Dias da Música correspondeu ao esperado tendo em conta o agrado dos anteriores com este Ludovice Ensemble. Designadamente quando o vimos recentemente neste mesmo CCB, mas dirigidos por Enrico Onofri. Ademais Rameau, Lully, Marais ou Handel são sempre compositores, que justificam o entusiasmo pela música barroca, promovida a uma moda quase intemporal.
No programa escolhido para este espetáculo, Fernando Jalôto escolheu peças relativas ao fascínio da Europa dos séculos XVII e XVIII pela Turquia, muito mais imaginada no seu exotismo do que na realidade. E não admira, por isso, que uma das peças sugerisse muito mais as areias do deserto do que os faustos de Constantinopla. Ou que outra lembrasse um clima festivo mais condizente com a tradição ibérica.
Na formação com que ontem se apresentou, o Ludovice Ensemble, associou ao seu núcleo duro (Jalôto, Joana Amorim, Sofia Diniz, Zapico e Pedro Lopes de Castro), duas competentes violinistas de origem russa (uma delas chegou a fazer os movimentos da dança do ventre enquanto tocava o vibrante encore!) e um surpreendente percussionista português com uma capacidade de execução inexcedível. Baltazar Molina bem merece que continuemos atentos a outros trabalhos onde possamos apreciar a versatilidade em extrair sons diversificados dos vários instrumentos que utilizou.
Não surpreende que o público, que enchia a Sala Luis de Freitas Branco tivesse mostrado um entusiasmo inusitado no tributo final!
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