Durante a Primeira Guerra Mundial um grupo de prisioneiros franceses prepara uma evasão: eis o tema do filme de um dos grandes realizadores do século XX, servido por um naipe excecional de atores( Fresnay, Gabin, Stroheim) e com uma temática humanista e universal.
Tudo começa com o avião do capitão de Boïeldieu e do tenente Maréchal a ser abatido pelo do oficial alemão Von Rauffenstein.
Internados num campo de prisioneiros, os aviadores franceses simpatizam com alguns companheiros de infortúnio, que preparam uma fuga. Mas, transferidos para uma prisão-fortaleza dirigida pelo mesmo Von Rauffenstein cria-se uma improvável empatia entre o capitão francês e o comandante alemão, ambos de origem aristocrática.
Temos, pois, uma parábola pacifista capaz de demonstrar como as afinidades sociais sobrepõem-se às barreiras nacionalistas.
Jean Renoir comentaria a tal propósito: “a representação desse ambiente permitia-me insistir numa teoria, que sempre perfilhei: os homens não se dividem em nações, mas talvez em categorias laborais. São elas que fazem verdadeiramente a Nação.”
Sem chegar a ser um filme antimilitarista já que é enaltecida a grandiosidade das armas, a fraternidade guerreira e a dignidade dos soldados, o cineasta apostou numa desconcertante mensagem humanista. Por isso mesmo tornou-se no mais popular e mítico filme do realizador, apesar de haver quem lhe prefira «A Regra do Jogo». Ou «Boudu Salvo das Águas» como é o meu caso.
Renoir vivia o momento mais criativo da sua carreira, influenciado pelo realismo: “sou um homem do século XIX e preciso da observação como ponto de partida!”
Transformado num grande sucesso comercial e exemplo de filme de esquerda, foi proibido por Hitler e por Mussolini.
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