Observamos o mundo para o compreender. A inteligência permitiu-nos forjar as ferramentas para saber o que há no infinitamente pequeno e no infinitamente grande. Há mais de um século psicólogos, biólogos, geneticistas e neurólogos dissecam-na, analisam-na, medem-na.
Inventámos os computadores, chegámos à Lua, mas, contrariamente ao que julgaríamos óbvio, a nossa inteligência individual não está a aumentar.
Atualmente a Ciência explora as diferentes facetas da nossa inteligência. Mas será que os cientista saberão verdadeiramente o que é a inteligência?
Ela significa o estabelecimento de uma ligação de diversos elementos para encontrar uma solução. Para a compreender é fundamental que a fracionemos, isolando-lhe todas as componentes. Os investigadores debruçaram-se, pois, sobre todas essas diferentes facetas.
Para medir a inteligência uma das primeiras estratégias consistiu em analisar a velocidade a que o cérebro reage. Foi esse método que o prof. Jan te Nijenhuis utilizou: comparou o tempo de reação atual com o dos nossos antepassados. E os resultados do seu estudo não nos favorecem…
Para medir o tempo de reação de um indivíduo colocam-no em frente a um ecrã onde uma marca vermelha fica à esquerda ou à direita de um ponto de referência, devendo carregar num dos botões o mais depressa possível, consoante se verifica um ou outro caso. Não é um reflexo, mas uma informação bastante simples, que o cérebro deve tratar.
Trata-se de uma experiência bastante simples, que replica as que foram efetuadas em milhares de pessoas entre 1860 e 1880 em Inglaterra por Francis Galton, o primo de Charles Darwin.
Nessa época as pessoas tinham um tempo de reação muito rápido.
Comparando esses resultados com os de outros estudos realizados nos últimos cento e cinquenta anos, Nijenhuis concluiu que as pessoas foram-se tornando cada vez mais lentas.
Para o cientista a inteligência equivale a velocidade e o nosso cérebro tende a reagir 50 milissegundos mais devagar do que os dos nossos bisavós para tratar uma informação muito simples.
Aparentemente esses 50 milissegundos parecem irrisórios, mas replicados nas milhares de decisões, que somos obrigados a tomar diariamente, as consequências podem ser relevantes.
O prof. Nijenhuis está convencido que somos menos inteligentes do que eram os nossos antepassados no século XIX. E a prova vê-a na incrível inventividade dessa época, caracterizada pela criatividade e por novas ideias. O número de invenções por habitante era quatro vezes maior do que se verifica atualmente.
Estamos perante a evidência do declínio da inteligência! - diz Nijenhuis - mas no século XIX Francis Galton já acreditava que os seus contemporâneos eram bem menos inteligentes do que os gregos da Antiguidade Clássica.
Pela mesma lógica, seriam estes últimos menos inteligentes do que os homens primitivos da Pré-História? No Instituto Max Planck de Leipzig procura dar-se resposta a essa questão com o estudo aprofundado de caveiras humanas desse período.
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