sábado, outubro 20, 2018

(DIM) «Todos os sonhos do mundo» de Laurence Ferreira Barbosa (2017)


Tinha visto o trailer aquando da estreai do filme, e não me seduzira arriscar tempo precioso a conhecê-lo em sala de cinema. Agora, que um dos canais por cabo o emitiram, dediquei-lhe quase duas horas de partilhada atenção com outra tarefa, e não mudei da primeira opinião: é obra fraquinha, porventura pensada como sucedâneo de «A Gaiola Dourada», cujo sucesso comercial procuraria replicar.
Temos novamente uma família de emigrantes a regressar à terrinha para gozar as férias de verão com a filha mais nova, Pamela, a vivê-las como oportunidade para redefinir o futuro. Se à chegada ainda não estava totalmente convencida da impossibilidade de vir a cumprir o sonho de ser médica legista - os chumbos no bac vinham-se sucedendo - o reencontro com Cláudia, antiga amiga, que lhe pede ajuda para se livrar de indesejada gravidez, irá estimulá-la para empregar-se como caixa de um supermercado, ganhando dinheiro bastante para comprar um bilhete de avião para Lisboa, decidida a conhecer o outro lado do país, que vira anualmente pela restrita lente da terra do interior donde os pais haviam partido.
O final aberto pressupõe, que ela operará o corte definitivo com os limitados horizontes até então conhecidos, abrindo-se para um mundo onde tudo estaria por descobrir.
A narrativa em si até tem algum interesse, mas a realizadora não escapa aos estereótipos correspondentes à perspetiva da segunda geração de emigrantes sobre a terra donde provieram os progenitores. A atriz principal é menos que sofrível, ainda assim um furo acima do suposto pai, manifesta caricatura do personagem em causa. Salva-se a música de Noiserv e pouco mais...

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