segunda-feira, outubro 29, 2018

(DIM) Do que trata a «Nostalgia da Luz» de Patrício Guzman (2010)

No norte do Chile, na imensidão do deserto de Atacama, cruzam-se destinos, sobrepõem-se camadas de história, nasce uma reflexão sobre a memória  e o lugar do homem no seio do universo.
No deserto mais árido do mundo, onde parece extinto qualquer traço de vida, surgem uma enormidade de segredos. Enquanto os astrónomos perscrutam os céus em busca das origens do homem, um arqueólogo escava nos solos para reconstituir a história de toda aquela região. Um grupo de mulheres faz um autêntico trabalho de formiga, virando as pedras do deserto  à procura de vestígios dos familiares desaparecidos durante a ditadura de Pinochet. Vítimas revelam as recordações do cativeiro nos campos de concentração organizados pela ditadura militar.
Se cada personagem é estimulada pelo que mais lhe interessa, todas coincidem na busca da verdade. As trajetórias entrelaçam-se, as vozes respondem umas às outras, os discursos ecoam, suscitando uma reflexão comum e singular sobre o tempo, a vida e a morte, a história e o significado do homem no cosmos.
Oscilando entre reminiscências pessoais e memória coletiva, imobilidade e movimento, passado, presente e futuro, o infinitamente grande e o infinitamente pequeno, o filme constitui uma abordagem poética e  filosófica sobre o sentido da vida.

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