O mito do Bom Selvagem é completamente negado na sua substância por este filme guineense com as populações, que habitam no norte do país, na bacia do Cachéu, na fronteira com o Senegal.
Numa zona geográfica cada vez mais ameaçada pelo avanço das areias do Sara, bem tentam os funcionários do Estado, que se respeitem as leis impostas com a criação do Parque Nacional, mas encontram sérias resistências nos caciques apostados em defender ser sua aquela terra legitimando-se a sua exploração sem quaisquer interferências. Por isso pretendem a liberdade para derrubar árvores, eliminar o habitat de diversas aves ou matar os hipopótamos responsáveis pelos danos nos campos de cultivo do arroz.
Que importa se daí a uns anos também tiverem de imitar os vizinhos de Casamança cujas terras se converteram numa paisagem árida e sem vida?
Impera o preconceito, que dá poder aos curandeiros, apesar da existência de uma estação radiofónica apostada em divulgar informações de grande conteúdo pedagógico. Mas será preciso muito mais para que eles acedam a uma utilização racional e sustentada dos recursos disponíveis.
Sem comentários:
Enviar um comentário