quarta-feira, maio 29, 2019

(VOL) Quando a Ciência elimina a hipótese de existência de um qualquer deus


Cem anos depois de demonstrada a sustentabilidade prática do que Einstein congeminara na teoria ainda impressiona o engenho com que ele foi capaz de conceber uma tão magnifica explicação para as leis com que se organiza o nosso universo. Por muito que surjam esforços meritórios de quem procura explicar-nos a Relatividade Geral com a simplicidade devida à mais analfabeta das avós (ou dos avôs, já agora, que nestas coisas não são mais, nem menos espertos!) só a podemos intuir se adotarmos a atitude de fazer sair o pensamento «fora da caixa», eximindo-nos à tentação de nos deixarmos guiar pelas ilusões dos sentidos.
A comemoração das expedições científicas organizadas por Arthur Eddington há cem anos não suscita apenas a reiteração desse continuado espanto. Há, sobretudo, a curiosidade quanto ao tempo que demorará para algum novo génio da Física apresentar uma tese consistente para conjugar essa teoria de explicação do Cosmos no infinitamente grande, com a que só parece fazer sentido no infinitamente pequeno.
Será que nos anos de vida, que me restam, ainda assistirei a essa conciliação, por ora aparentemente inviável, entre a teoria da Relatividade e a Quântica? Nesta altura existem milhares de físicos a tentarem-no e, pessoalmente, desconfio ser ela o definitivo xeque-mate à persistência de algo tão obsoleto nos imaginários coletivos como o é a existência de um qualquer deus criador. Se o universo - provavelmente se o número infinito de universos existentes, desaparecidos e ainda por nascerem! - tem alguma conotação com uma qualquer transcendência é a de, na nossa dimensão da realidade, tudo depender de fórmulas químicas e equações matemáticas, que consubstanciam uma Física omnipotente e omnipresente. Quanto à omnisciência é coisa que nunca é alcançada, mesmo pela mais poderosa das criaturas. Aquela que tem a inconsistência de um qualquer super-herói!

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