Li «À Espera do Centeio» há muitos anos na velhinha edição da Livros do Brasil, quando tinha por título «Uma Agulha no Palheiro». Mais recentemente aproveitei para reapreciar a opinião sobre o autor ao ler «Nove Contos». Em ambos os casos apreciei a leitura, mas nada nela constatei de genial, mesmo levando em conta que as traduções desmereceriam dos originais. Tratava-se de um bom escritor, mas igual a muitos outros, que lemos com igual agrado e vindos das muitas Américas contidas dentro dos Estados Unidos.
Hoje vi um meritório biopic sobre o percurso por que passou entre o fim da adolescência e a consagração enquanto escritor. «Rebel in the Rye» relembra-nos o motivo por que Salinger foi mitificado graças à clausura a que se remeteu, quando estava no auge do seu reconhecimento. A decisão de escrever apenas para seu usufruto, sonegando aos leitores tudo quanto doravante verteria para o papel, justificaria esse injustificado empolamento.
O filme de Danny Strong é simpático, muito mais do que era essa complexa personalidade, demasiado preocupada com a opinião que de si teriam os outros. Até se convencer - ou ser disso convencido pelo guru indiano! - que seria bastante mais eficaz na misantropia, que adotaria como imagem de marca.
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