quinta-feira, maio 09, 2019

(DIM) «Bellíssima» de Luchino Visconti


Em 1951, quando as feridas suscitadas pela Segunda Guerra estavam a cicatrizar, e a reconstrução ia substituindo as ruínas com as novas construções ou requalificação das antigas, Visconti mantinha-se filiado nos preceitos do neorrealismo, de que fora um dos principais inspiradores. Procurava, no entanto, libertar-se dos seus espartilhos. A sátira afigurou-se-lhe como a via mais prometedora para o alcançar, e «Belíssima» tornar-se-ia na sua única experiência no género. Contou para tal com uma Anna Magnani em estado de graça, para interpretar essa mãe ingénua disposta a tudo fazer para que a filha lhe satisfizesse o sonho de a ver jovem  vedeta de um filme de Alessandro Blasetti.
É claro que torna-se presa fácil dos que aproveitam as circunstâncias para a iludirem, sujeitando-se a um banho de realidade, que terá o condão de a tornar numa progenitora mais respeitadora dos anseios de quem deveria ser a sua maior preocupação: a própria miúda.

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