Rodado enquanto a América patinhava no vespeiro indochinês, este filme de Dalton Trumbo foi muito valorizado pela forma como mostrava o carácter absurdo e cruel da guerra, chegando a ser implacável na sua aparente ingenuidade.
Ferido durante a Primeira Guerra Mundial, Johnny ficara sem membros e com o rosto desfigurado. O cérebro, porém, continuava a funcionar normalmente, o que lhe permitia revisitar na memória os acontecimentos anteriores à sua tragédia pessoal. Consegue também comunicar em morse com o pessoal de enfermagem do hospital e é em vão, que suplica para que lhe abreviem o sofrimento…
Apesar de já ter 66 anos, Trumbo teve aqui a sua estreia na realização, porque além de argumentista reputado - «Exodus» e «Papillon» tinham a sua assinatura! - passara muitos anos marginalizado por Hollywood depois de ter sido apontado como um dos principais alvos do sinistro senador McCarthy.
O filme obedece a uma construção extremamente simples, baseada na montagem paralela entre as cenas do hospital a preto-e-branco e as recordações a cores, quando o protagonista vivia numa efémera felicidade.
A Administração Nixon não gostou nada desta denúncia pacifista, que se entroncava nas manifestações contra a guerra do Vietname.
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