É por demais conhecido o quanto gosto de filmes de terror, nomeadamente dos que revisitam os grandes textos góticos do século XIX. Por isso, com quase quarenta anos de atraso, disponibilizei algum tempo para assistir à versão de «Drácula» tal qual a imaginou John Badham em 1979 e foi então conhecida dos lisboetas numa das saudosas salas do Quateto.
A história é conhecida, mas a atenção, como diria Einstein, está nos detalhes. E esta é das versões, que me satisfaz, embora o sorriso do Frank Langella a fazer de conde me pareça alarve do que propriamente tenebroso. Convenhamos que já o vi a fazer de «mauzão» da história noutros filmes posteriores, com outra desenvoltura e competência.
Mas há Laurence Olivier como Van Helsing, Donald Pleasance como Dr. Seward e um conjunto de outros atores muito razoáveis, servidos por uma cenografia muito mais propiciadora do ambiente imaginado por Bram Stoker do que, com meios igualmente ambiciosos, Coppola conseguiria catorze anos depois.
Dá para lamentar que Christopher Lee não tivesse retomado aqui o seu habitual desempenho, quando trabalhava quase a tempo inteiro para os estúdios da Hammer Films, mas esta consegue ser das propostas interessantes sobre o Conde da Transilvânia. Melhor que esta só me lembro da que Nuno Melo interpretou para outro memorável filme de Edgar Pêra, mesmo que não se apresentando formalmente como tal personagem, antes encarnando o «Barão» de Branquinho da Fonseca.
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