sábado, janeiro 13, 2018

(DIM) O medo segundo Lynch, Fassbinder a Argento

Três filmes dos anos 70, oriundos de outras tantas distintas cinematografias, permitiram-nos analisar a abordagem do Medo nos ecrãs, quando recentemente passaram nas salas da Cinemateca.
Datada de 1977, «Eraserhead», foi a primeira longa-metragem de David Lynch, que, até então, se limitara à rodagem de curtas-metragens experimentais. Entre o surrealismo e a cinefilia, ele já nos desafiava para um mundo de sonhos e de fantasmas.
Quatro anos antes, com «O Medo Come a Alma», o alemão Rainer Werner Fassbinder decidira-se pelo remake de um melodrama de Douglas Sirk sobre a relação de uma alemã, empregada de limpeza, com um árabe muito mais novo do que ela. Ao contrário do que sucedia no filme de Lynch, o medo era aqui suscitado pela realidade em que a diferença de tom da pele ou da idade - neste caso até ambas! - serviam para estigmatizar os indivíduos.
Mais conforme com os estereótipos associáveis ao cinema de terror, «Suspiria» de Dario Argento foi rodado em 1976 e tinha por protagonista uma estudante americana recém-inscrita numa academia de dança alemã. Contando com duas atrizes veteranas  bastante conceituadas - Alida Valli e Joan Bennett - Argento punha a pobre da Jessica Harper a viver em medo constante num clima que extravasava para quem, nas plateias, a ela se apegava.



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