sexta-feira, janeiro 19, 2018

(DIM) «Cartas de Iwo Jima» de Clint Eastwood (2006)

Em 1945 a ilha rochosa de Iwo Jima foi palco de uma mítica batalha entre os exércitos norte-americano e japonês. Passadas algumas décadas os arqueólogos encontraram cartas de soldados nipónicos enterradas na areia, nelas exprimindo-se os seus medos e certezas. Destas últimas a mais incontornável era a de se saberem prestes a morrer, porque não eram tantos quantos os necessários para equilibrarem o avanço inimigo e as condições de vida haviam-se deteriorado por causa dos intensos bombardeamentos aéreos.
Antes de comandar a derradeira batalha o general Kuribayashi anunciara-lhes, que deveriam conformar-se com o facto de nunca mais voltarem a pisar o solo japonês. E, enquanto hábil estratega mandara escavar mais aprofundadamente os subterrâneos existentes na ilha, transformando-os numa fortaleza tão inexpugnável, quanto era possível garantir.
O filme de Eastwood focaliza-se em Saigo, um jovem padeiro incumbido da defesa do monte Suribachi, que constituiu uma das mais determinantes posições para decidir o resultado da batalha.
Após «Flags of Our Fathers» este filme corresponde ao seu contraponto com a perspetiva dos militares japoneses durante a sangrenta batalha de Iwo Jima. Explicita-se o fosso cultural estabelecido entre os dois campos, sobretudo pelo rigoroso código moral assumido pelo lado nipónico, que fundamenta o impressionante suicídio coletivo dos derrotados, sob pressão do seu comandante pra quem era intolerável a possibilidade de se renderem.
Eastwood multiplica flash backs sobre o passado da sua impressionante galeria de personagens, dos quais merece realce o referido general interpretado por Ken Watanabe.

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