terça-feira, abril 30, 2019

(DL) Dada a urgência, Fred Vargas muda de azimute


Fred Vargas é uma das mais estimulantes autoras francesas de livros policiais, sendo muitos os títulos merecedores de leitura atenta, mesmo se vocacionados para o entretenimento de quem os usufrui. Desde 1986, com «Les Jeux de l’amour et de la mort», que se habituou a receber os mais prestigiados prémios do género, ganhando notoriedade nos muitos países em que viu traduzidas as sucessivas obras, tendo atingido os cem milhões de exemplares. Mas, para além dessa atividade, ela é, igualmente, investigadora na área da arqueozoologia, razão porque sente particular urgência no combate em favor da sustentabilidade do planeta. Sobretudo ao constatar a incúria dos governantes em tomarem devida conta dos fundamentados alertas da sociedade científica.
Explica-se, assim, que lance amanhã um ensaio a expressar essas preocupações - «L’Humanité en Péril» -, que traz como subtítulo um apelo para que, de imediato, se mude de rumo. Apesar da informação sobre a crescente poluição dos rios e dos mares, ou a extinção de centenas de espécies, ela considera-a insuficiente para que as autoridades oficiais assumam aquilo que os mais conscientes sobre o estado do planeta já interiorizaram: o apocalipse climático está em vias de se tornar irreversível...
O que ela põe em causa é a forma como o capitalismo produtivista, liderado por políticos enfeudados a lobbies apenas interessados nos seus lucros, está a lançar a sociedade humana para o cataclismo. E contra os quais a mobilização coletiva tem de se incrementar...

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