quarta-feira, abril 24, 2019

(DIM) «A floresta das Almas Perdidas» de José Pedro Lopes (2017)


Embora o amadorismo do projeto seja evidente - parece obra pensada e criada por um grupo de amigos para dar satisfação ao seu prazer cinéfilo! - apetece não ser muito exigente ao ajuizar «A Floresta das Almas Perdidas». Sobretudo, porque a fotografia a preto-e-branco é exemplar e as ideias desenvolvidas no argumento têm algum interesse. Ademais o género de cinema de terror quase não títulos representativos na cinematografia nacional, que possa dispensar este como referência a reter no futuro.
A história é passada numa zona florestal na raia entre Portugal e a Espanha, onde ocorre aquilo a que Valter Hugo Mãe nos ajudou a conhecer como típico de uma específica zona do Japão: um espaço escolhido por suicidas para cometerem o ato a que estão decididos. Por isso mesmo, depois de uma rapariga afundar-se nas águas do rio, o pai prepara-se para aí a imitar dias depois. Encontra uma estranha rapariga, que começa por parecer disposta a demovê-lo das intenções, mas afinal vem a revelar-se maléfica criatura, que nele inicia uma vertigem homicida, que se alastra a outras vítimas.
Não fossem os diálogos tão incongruentes e as interpretações abaixo do sofrível, e até estaríamos perante um daqueles casos de filmes de baixo orçamento com potencial para se converter em fenómeno de culto. Mas tudo ainda piora, quando se apela à caução de Van Gogh ou de Nietzsche para validar aquilo que nunca adquire explicação. Porque está em causa algo que não se compreende: o que pode explicar o comportamento psicopata?

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