sexta-feira, abril 12, 2019

(C) E se se tivessem começado a lançar foguetões para o espaço no séc. XVI?


Em 1529 os Otomanos quase conseguiram conquistar a cidade de Viena, sujeita a apertado cerco durante mais de um mês.  Conrad Haas, jovem militar que esteve bastante ativo do lado dos sitiados, começou a congeminar forma de contrariar tão poderoso inimigo contra o qual as soluções convencionais de artilharia já não pareciam bastar. A sorte sorrira aos vienenses, quando já os janízaros estavam a preparar-se para o valioso saque prometido pelo sultão turco.
A retirada dos invasores devera-se à conjugação de incompetência logística, que os esfomeara, com a meteorologia desfavorável: a chuva criou condições para que o exército de Solimão I apresentasse invulgar sucessão de doenças e mortes.
Anos depois, colocado na Transilvânia, que constituía momentânea fronteira entre os dois Impérios, Haas  aproveitou a circunstância de ser nomeado responsável pelo arsenal das forças austro-húngaras para fazer experiências pirotécnicas. Engendrou, então, os mísseis que poderiam ser disparados das muralhas defensivas do castelo de Sibiu para atingirem possíveis atacantes. O seu engenho revelar-se-ia, porém, ainda mais surpreendente, porque nos tratados militares por ele legados à posteridade, e só redescobertos em 1961, descrevia os seus foguetes como constituídos por três estágios a exemplo do que a NASA viria, quatro séculos depois, a utilizar no programa Apollo, com os foguetões Saturno V.
Esta constatação demonstra, uma vez mais, o quanto, às vezes, a História parece estacionar em patamares, que questionamos, porque não se projetaram para os seguintes. É que, na prática, o conceito para colocar engenhos terrestres para além da órbita da Terra já estava na mente de um engenheiro militar austríaco do século XVI.

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