Há dois meses atrás, «Bosch» foi uma série policial, que a «Amazon Studios» decidiu prolongar para uma terceira temporada, depois do sucesso conseguido pelos vinte episódios das duas anteriores.
Baseia-se nos romances de Michael Connely, um antigo jornalista cuja atividade o levara a conhecer bem por dentro os ambientes das esquadras de polícia e dos tribunais, sem esquecer as cenas de homicídios ou as salas de autópsias. Por isso mesmo os seus livros, por parecerem bastante credíveis, vendem-se como pãezinhos, cativando uma legião de fãs, que se confessam agarrados pelas suas histórias da primeira à última página.
Reconheça-se-lhes uma estrutura narrativa consistente, uma alternância entre a descrição de cenas de ação e as reflexões do protagonista e o fascínio sempre ligado à Cidade dos Anjos e seus arredores.
A Calmann-Lévy publicou agora «Mariachi Plaza», que poderá ser o último título da série, que tem Harry Bosch como protagonista. Sexagenário à beira de abandonar a profissão, a esse polícia do Los Angeles Department só interessa desvendar o último caso, que lhe atribuem e ajudar a consolidar a formação da nova parceira, a hispano-americana Lucy Soto, acabada de aterrar no mesmo Departamento dos Casos Antigos por resolver.
A intriga, inicialmente simples, irá complexificar-se até porque a investigação interliga-se com as que com ela confluem.
De início há um antigo músico de mariachi, que ficara hemiplégico dez anos atrás, porque fora atingido por uma bala destinada a outro colega da mesma orquestra.
Bosch e Soto chegam assim a um assassino profissional e a um homem de negócios assaz generoso no financiamento de campanhas políticas na Califórnia e com muitos amigos dentro da própria polícia local. A associar-se a tudo isso Lucy Soto também não desiste de esclarecer o incêndio que, na sua infância, lhe matara muitas colegas de escola e que quase também a vitimara.
A exemplo de Wallander, mas de forma muito diferente, Harry Bosch sente a melancolia de um passado, que já não volta e o temor por um futuro próximo, que será para ele uma verdadeira incógnita.
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