Pudesse amanhã Estar em Munique e gostaria imenso de estar na Ópera do estado da Baviera a assistir à última récita da ópera «South Pole», uma criação contemporânea da autoria de Miroslav Srnka com um libreto de Tom Holloway.
O tema é o da dramática corrida entre Robert Scott e Roald Amundsen para ver qual dos dois conseguiria chegar ao Pólo Sul em primeiro lugar.
De facto, em 1911 duas equipas de exploradores polares avançaram para o interior do continente branco decididas a colocarem a bandeira do respetivo país no lugar mais ao sul do planeta.
Amundsen chegou lá um mês antes do britânico que, conjuntamente com os seus quatro companheiros, morreria no regresso.
Se o vencedor seria homenageado como herói bem sucedido, o rival permanecerá nas memórias como o exemplo lapidar do aventureiro trágico, vencido pelas circunstâncias adversas. É esse o papel desempenhado por Rolando Villazon enquanto o do norueguês é interpretado por Thomas Hampson. Estão, pois, em cena dois dos nomes maiores dos palcos líricos da atualidade.
O maestro Kirill Petrenko assegura a direção musical, enquanto a encenação coube a Hans Neuenfels. Mas um dos aspetos mais curiosos da encenação foi a necessidade de criar novos instrumentos - mormente sinos - capazes de reproduzir sons evocativos das ressonâncias suscitadas pela movimentação dos personagens no deserto gelado.
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