A reportagem assinada por Tom Clynes para a edição portuguesa da National Geographic de fevereiro tem por tema a Reserva nacional de Denali situada no Alaska e onde se situa o pico mais elevado de todo o território norte-americano. Já foi conhecido como Monte McKinley para homenagear o 25º ocupante da Casa Branca, mas retomou com Obama o nome por que era conhecido pelos ameríndios. Precisamente o da Reserva em causa.
Porque importa preservar a natureza nos seus 2,5 milhões de hectares de território, quase sem trilhos e por onde os animais passeiam sem serem incomodados, as visitas dos turistas estão concentradas nos meses de junho até início de setembro, quando por ali passam cerca de quinhentos mil visitantes. Muitos deles oriundos dos paquetes, que navegam até às águas da região e organizam rápidas excursões para que os seus clientes possam ver ursos pardos e lobos. Sendo quase certo que estes últimos ficarão resguardados dessa súbita invasão humana.
Mas o foco do interesse de Clynes é a redução drástica do número desses lobos na área do parque: hoje não são mais de cinquenta e continuam a ser ativamente caçados por quantos aguardam a sua saída do território protegido para os assassinarem mesmo sem levarem em conta o facto de terem ao pescoço as coleiras aplicadas pelos biólogos para os estudarem.
Que lhes importa as evidências científicas em como esses animais são fundamentais para garantirem um habitat mais saudável?
A questão divide as autoridades federais, que têm a propriedade daquela vasta extensão do território e apostam na defesa dos princípios ambientais, e as autoridades estaduais, que gostariam de o abocanhar e aproveitar em prol dos seus interesses. Até porque os seus eleitores, muitos dos quais conotados com a extrema-direita, apoiam-nas nas atitudes de desafio às orientações Não esqueçamos que a execrável Sarah Palin foi eleita senadora por este Estado.
Um dos vigilantes do parque, já com experiência noutras zonas protegidas do território norte-americano, conclui: “Há muitas coisas neste parque que causam confusão às pessoas. (…) É uma região bravia, mas há aterragens de aviões, caça e montagem de armadilhas. A diferença é que Denali não está fechado. É isso que torna a sua gestão tão desafiante.”
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