sexta-feira, agosto 14, 2020

(C) A relativa velocidade da luz, o efeito da chuva nos vulcões e uma pobre tartaruga malgaxe


1. João Magueijo, o nosso prestigiado cientista, que leciona no Imperial College em Londres, tem uma tese interessante, que há muito defende, mas agora suporta em modelo matemático: ao contrário do que se julgaria a velocidade da luz não é uma constante imutável da Física. Os 299 792 458 m/seg poderão ter tido valor maior na fração de segundo imediatamente a seguir ao big bang, naquela fase definida como de inflação do Universo. Só assim se pode explicar a homogeneidade da temperatura nele detetada até agora: os 3 graus kelvin.
A comprovar-se essa hipótese conclui-se que até as verdades científicas aparentemente mais imutáveis têm o seu quê de relativo.
2. Uma das maiores preocupações da Vulcanologia é criar um modelo fiável de previsão das erupções vulcânicas de modo a evitar as tragédias verificadas em Pompeia ou Herculano na Antiguidade ou, mais recentemente, no Monte Santa Helena (EUA) ou no lago Nyos nos Camarões.
James Farguharson, da universidade de Miami, esteve a estudar a erupção do Kilauea (Havai) em maio de 2018 e veio propor mais uma variável às muitas já inseridas nos modelos criados com aquela intenção: a da pluviosidade. De facto, nas semanas anteriores à erupção, o arquipélago do Pacífico foi fustigado com chuvadas de uma dimensão desconhecida nas décadas interiores. Segundo a sua hipótese a água ter-se-á infiltrado pelo interior da montanha, aumentando a pressão sobre as falhas aí existentes, que se fraturaram e abriram caminho ao magma.
Está assim avançada mais uma explicação, até agora negligenciada, para que os vulcões ativos despertem do seu imprevisível sono.
3. Uma das espécies, que andam a preocupar os cientistas quanto à sua acelerada extinção, é a das tartarugas angonoka, que têm habitat no santuário malgaxe de Baly Bay.
Em principio esses animais têm uma esperança de vida de mais de cem anos. O problema é, na Ásia, ter-se criado a ideia de terem virtudes afrodisíacas os fármacos tradicionais criados com a queratina da sua carapaça. Razão porque existe pressão sobre o governo de Madagáscar para que combata eficazmente a atividade dos caçadores furtivos na sua ilha. 

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