O islamismo foi a última das religiões monoteístas a dar resposta às inquietações metafísicas da Humanidade. Maomé deu-lhe tiro de partida em Meca no século VII e logo os discípulos entenderam essencial partirem à conquista de Jerusalém, a cidade santa dos cristãos e dos judeus. Na colina onde, segundo a lenda, Abraão quase sacrificara o filho, o califa omíada Abd al-Malik mandou construir a Cúpula da Rocha, edifício aberto aos homens e às mulheres de todos os credos.
Assenhoreada Jerusalém, os islamitas expandiram-se até ao Atlântico, mas com os cultos omíadas a serem dizimados pelos rivais abássidas. Restou aos primeiros o califado ibérico onde se refugiara o príncipe Abd-el-Rahman, que fundou um novo reino nas margens do Guadalquivir. Em Córdova mandou erigir uma esplendorosa mesquita, que os católicos metamorfosearam em igreja a partir do século XIII.
Entre os séculos IX e XVII outros soberanos muçulmanos quiseram afirmar o seu poder com a construção de outras mesquitas impressionantes: aconteceu no Cairo por iniciativa do governador Ahmad ibn Tulun, em Istambul sob o reinado de Solimão, o Magnifico, em Ispahan sob o do xá Abbas, ou em Delhi, onde o mesmo imperador mogol, que mandara construir o Taj Mahal, incumbiu o mesmo arquiteto de criar a Jama Masjid.
Do Médio Oriente à Andaluzia, das margens do Bósforo até aos confins asiáticos, são muitos os monumentos de tradição islâmica, que valem pelo seu valor arquitetónico e histórico, independentemente do restrito significado religioso, que os crentes no Corão lhes atribuem. Nesse sentido pertencem à Humanidade no seu todo e não só aos que os usam com fins de proselitismo...
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