Há filmes que têm tudo para serem inesquecíveis e, passados uns meses, nenhum rasto deixaram na nossa memória. «Um Quente Agosto» de John Wells, rodado em 2013, tinha tudo a seu favor: o argumento baseado num romance de premiada romancista (Tracy Letts), a produção competente de George Clooney e um elenco com muitos atores e atrizes de exceção - Meryl Streep, Julia Roberts. Sam Shepard, Ewan McGregor, Chris Cooper, Juliette Lewis, Benedict Cumberbatch, Dermot Mulroney, entre outros igualmente relevantes. A estória também prometia: na sequência do desaparecimento do patriarca de uma família - que se virá a descobrir ter-se suicidado num lago -, todo o clã reúne-se à espera do que possa vir ter acontecido. Sobre todos impera Violet, que tem um cancro na boca, está viciada em drogas, mas, sobretudo, possui uma capacidade analítica viperina sobre os demais.
As realidades sórdidas e inconfessadas começam a sobressair, com adultérios e incestos pelo meio, contribuindo para que todos se sintam a seu modo infelizes. Ora os prémios cinematográficos adoram desempenhos de quem expressa as angústias de tudo lhe correr mal, razão para que o filme tenha sido nomeado para inúmeras consagrações, embora raras tenham sido as distinções efetivamente atribuídas. Porque, na evidente menoridade, «August: Osage County» acaba por ser daquele tipo de filmes, que dá prazer ver enquanto dura, mas logo se esquece, quando se lhe sobrepõem outros mais impressivos.
Sem comentários:
Enviar um comentário