Apresso-me a concluir as obras colocadas prioritariamente na ordem de leitura para encetar a descoberta dos 14 contos criados por Teolinda Gersão para o seu mais recente título publicado: «Prantos, Amores e Outros Desvios». Porque é assumida a denúncia da constante intenção dos fortes em esmagarem os fracos, tema que merece a melhor das atenções pela pertinência com que ele se apresenta no quotidiano.
Três contos têm sido enfatizados como os mais apelativos do livro. Num deles, «Jogo Bravo», a autora associa o futebol ao sexo no desvario, loucura, insatisfação e paixão, sem quase haver tempo para respirar, porque, acabado um jogo, logo outro está prestes a começar.
Há também a mulher que prefere viver enquanto sonha, refugiando-se o mais possível no sono como forma de se livrar do medo causado pela realidade.
Mas a estória mais referenciada é que revisita a relação equívoca entre Alice Liddell e o reverendo Dodgson que escreveu, sob o pseudónimo de Lewis Carroll, as viagens até ao país das maravilhas.
O debate sobre a suposta pedofilia do escritor, conhecido por procurar espetáculos, que lhe propiciassem a quase nudez de miúdas muito jovens, nunca será conclusivo, mas há quem acredite na veracidade dos que apostam nessa vertente criminosa.
Teolinda Gersão aproveita para ajustar as contas com uma história, que sempre detestou em criança, porque sombria e batoteira, mesmo nela encontrando críticas explicitas a muito do que caracterizava a sociedade vitoriana.
Sem comentários:
Enviar um comentário