terça-feira, maio 24, 2022

Uma incontornável atração

 

E se a missão Apollo 11 tivesse começado a ser preparada no século XVII? A hipótese não é assim tão estapafúrdia pois terá sido nessa altura que Luís XIV mandou construir o Observatório de Paris, iniciando-se a detalhada cartografia da Lua, mesmo que um dos mais talentosos cientistas envolvidos nesse trabalho, Cassini, não se eximisse de desenhar algumas formas mais devidas à sua liberdade imaginativa do que ao efetivamente observado pelas lunetas então disponíveis.

A atenção dada aos astros, e particularmente à Lua, vem, porém de passados mais distantes. Conhecemos o interesse da civilização mesopotâmia pelos movimentos nos céus, erguendo para tal os zigurates, que possibilitaram-lhes pontos de observação mais próximos. E, mesmo na Europa, há a prova documental do disco de Nebra, encontrado na Alemanha em 1999, e onde estão representados o Sol, a Lua e as Plêiades naquele que, mais do que um objeto ritualista ou uma joia ornamental poderá ter configurado, há cerca de 3600 anos, um ancestral relógio astronómico destinado a definir a data adequada para as sementeiras.

A Lua suscita desde sempre uma incontornável atração para a humanidade, que tarda em retomar o abandonado projeto de a estudar in loco. 


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