sábado, maio 07, 2022

Entre os tepuis da Guiana e a arquitetura da ilha Menorca

 

Não é frequente encontrar reportagens da National Geographic, que deem conta do semifracasso das suas expedições, culminando com a urgente retirada de helicóptero do seu líder por estar tão fragilizado, que o risco de vida fica provável. Mas foi isso que aconteceu com a que Mark Synott relata na revista de abril, quando dá conta da intenção de Bruce Means, um especialista em rãs, sapos, cobras e outros animais similares,, cumprir a derradeira aventura num dos tepuis da Guiana onde em tempos Conan Doyle imaginou encontrar os derradeiros dinossauros sobreviventes do cataclismo de há 65 milhões de anos.

Septuagenário e com mais de cento e vinte quilos de peso, o biólogo do Coastal Plains Institute da Florida teve de contentar-se com a prospeção da base do planalto em causa, incumbindo os colaboradores de procurarem -  em vão! - no topo a espécie de rã, que constituiria a cereja em cima do bolo da expedição.

No balanço final fica a descrição das condições terríveis de humidade, temperatura e as dificuldades em avançar numa floresta pantanosa cheia de obstáculos a cada passo, mas uma das derradeiras  num planeta invadido pela presença predadora dos homens, a manter a genuinidade das suas origens.

Na mesma revista aparece, igualmente, a reportagem sobre a arquitetura talayótica da ilha Menorca, cujo iminente reconhecimento como património da Humanidade se aguarda para o próximo mês. Específica da população, que se radicou na ilha no terceiro milénio antes de Cristo, é feita de monumentos religiosos funerários, torres de vigia e construções para habitar, hoje espalhadas por toda a sua extensão, até porque continuou a erguer-se durante as subsequentes ocupações do arquipélago pelos romanos, vândalos e islâmicos. Em vez de integrada num parque reservado ao seu estudo e conservação convive com a atividade rural de uma população, que a ela se habituou como parte da própria paisagem.

Para a menos turística das Baleares, a classificação da Unesco poderá potenciar-lhe uma atividade turística até agora de importância meramente sazonal. 

Sem comentários: