Não é fácil ser prior na própria paróquia, é ditado que se ajusta bem a Jean Jacques Rousseau, nado e criado em Genebra, mas dela proscrito depois do seu «Contrato Social» ofender o pensamento dominante dos conterrâneos, na maioria rendidos a um tipo de organização social assente no poder dos poderosos e na conformada submissão dos que produziam efetivamente a riqueza da cidade. Mormente essa classe dos artesãos donde provinha o filósofo e era impelida a aceitar essa condição com ajuda da igreja calvinista nada disposta a aceitar a primazia de um deus natural, tolerante e ecuménico como propunha Rousseau.
De mal com quem o rodeava, o frustrado mentor de alguns dos principais valores do Iluminismo seria nómada buscando, em vão, a paz de espírito em França ou em Inglaterra, mas condenando-se a uma solidão, que só encontraria algum consolo no efémero exílio na ilha de São Pedro no lago Bienne onde se dedicaria ao estudo de um ramo do saber então em ascendente acumulação de conhecimentos: a Botânica ou às reflexões de caminhante solitário, deixadas para serem publicadas postumamente.
E, no entanto, hoje não faltam estátuas, nem outras homenagens topográficas na cidade à beira do lago Leman.
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