Que grande confusão a existente no começo de tudo. Do caos inicial surgiu Gaia a mandar na Terra e, logo depois, Uranus, dono dos céus, que por ela se apaixonou e a engravidou vezes sem conta deixando-lhe no ventre os Titãs, os Gigantes, os Ciclopes e os Hecatonquiros, depois obrigados a revoltarem-se para expulsarem e castrarem o pai só então podendo emergir à superfície.
Um deles, Cronos, consegue tomar o poder fazendo da irmã, Rhéa, a fecunda esposa. Porém, como temia ver-se apeado por um dos filhos, sempre que um nascia logo o comia, julgando assim perenizar-se como rei dos deuses.
Inconformada com o comportamento do marido Rhéa consegue esconder Zeus em Creta, substituindo-o por uma pedra, que o glutão logo comeu. Sentindo-se enganado mandou procurar o filho sobrevivente por toda a Terra, mas o esconderijo era seguro e protegido por ruidosos demónios, que tornavam inaudíveis os vagidos do bebé.
Muitos anos depois, ao crescer e tomar conhecimento da triste sorte dos irmãos, Zeus decide-se a derrotar Cronos buscando alianças com a avó, Gaia, a instâncias da qual consegue e ajuda dos Titãs. Convidado a beber uma beberragem preparada pela própria Gaia, Cronos vomita a pedra (doravante guardada no santuário de Delfos) e os próprios filhos.
Percebendo que o neto não se disporia a partilhar o poder com os tios, Gaia logo contra ele mobiliza os gigantes, prolongando-se a guerra durante milhares de anos, com todos os deuses a lutarem entre si até o desequilíbrio entre os campos em luta ser assegurado por um semideus - Héracles - cuja certeira pontaria acaba com os inimigos. Após tão prolongada sucessão de funestos acontecimentos pode-se pensar que, finalmente, a Terra poderá conhecer a paz e a prosperidade numa harmoniosa relação entre os deuses os mortais, sob a supervisão do poderoso Zeus. É esquecer que o Olimpo era demasiado propenso a intrigas e invejas, logo delas surgindo pretexto para novas guerras.
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