Ritesh Batra ganhou o jackpot com a primeira longa-metragem, que realizou - «A Lancheira» (2013) - traduzido num sucesso estimável no Festival de Cannes e no convite para, desde logo, avançar para carreira internacional. Quatro anos depois tínhamo-lo a dirigir os excelentes Jim Broadbent e Charlotte Rampling em «O Sentido da Vida» ou Jane Fonda e Robert Redford em «Nós ao Anoitecer».
Regressou agora à cidade natal dela dando um retrato afetivo: mais do que Rafi ou Miloni é Bombaim a personagem principal do filme a pretexto da busca empreendida por um fotógrafo de meia-idade para encontrar a rapariga indicada à preocupada avó como sendo a sua noiva. A velha senhora inquietada com o prolongado celibato do neto logo acorre à grande metrópole tão só vislumbra a possibilidade de sossegar as angústias. Só que Miloni pertence a uma classe abastada, que pouco tem de comum com os valores e a cultura do pretendente. Mas como estamos num universo bolywoodiano não há barreiras geracionais, económicas, sociais, religiosas, geográficas ou, até mesmo, gastronómicas, que travem a dinâmica de uma relação fortuita em vias de se tornar inverosimilmente séria. Havendo por ai tantos corações piegas o sucesso comercial não falhará.
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