sexta-feira, agosto 02, 2019

(DL) Um inesperado encontro com a mulher que chora


Há acasos felizes. Pelo menos foi o que pôde concluir a escritora Brigitte Benkemoun quando perdeu um caderno de estimação e o procurou substituir por outro, idêntico na cor e encadernação, encontrado por acaso num daqueles sites da internet em que se adquirem produtos em segunda mão.
Ao receber a encomenda ficou atónita com o que descobriu no seu interior, porque a anterior proprietária servira-se dele para anotar os endereços e os números de contacto dos amigos. E eles eram bem conhecidos, porque integravam a nata dos intelectuais do pós-guerra. Escritores, pintores, escultores, fotógrafos, atores - quem recenseara esses dados teria de ser alguém que tivesse uma notoriedade semelhante. Razão para que Brigitte Benkemoun iniciasse uma investigação digna de Sherlock Holmes, que culminaria com a pretendida solução: o caderno pertencera Dora Maar, aquela que Picasso representara no célebre quadro «A Mulher que Chora».
Acabado de publicar em França, «Je suis le carnet de Dora Maar» dá conta dessa busca em torno de uma personalidade, sobre a qual algo mais se fica a saber a partir do que revela esse caderno.

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