Aproveitando a passagem de mais um aniversário sobre a morte do ditador, Carlos Matos Gomes recordou-nos os dez alertas por ele recebidos sobre a iminente ação da UPA no norte de Angola em 1961. Documentos históricos comprovam que Salazar sabia o que estaria à beira de acontecer - a terrível morte de centenas de colonos junto à fronteira com o Congo - não mexendo um dedo para o evitar. Interessava-lhe explorar as imagens cruas da chacina para exigir um apoio que a população crescentemente lhe negava.
A Guerra Colonial foi a oportunidade para prolongar o estertor do regime até aos limites do possível, poupando-o ao merecido julgamento que os seus atos justificavam. Apenas interessado em si e na sua pervertida leitura da realidade, não enjeitou preservá-la à custa da morte de milhares de portugueses durante os treze anos, que faltariam para que a Revolução de Abril pusesse cobro à criminosa bravata de partir para Angola e em força!
Infelizmente, e tal qual Franco, Salazar escapou do destino dado pelos italianos a Mussolini, quando o julgaram sumariamente por quanto lhes havia feito sofrer.
Que haja quem «comemore» o passamento do biltre com missas e discursos diz tudo sobre a personalidade dos seus promotores...
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