O que será o Homem do futuro? As elucubrações científicas sobre o assunto não podem ser mais contraditórias havendo teses para todos os gostos. Uma delas aventa a hipótese do carácter definitivo do homo sapiens porque, se nele nos tornámos por efeito de muitos milhões de anos de evolução, o facto de possuirmos ferramentas bastantes para resistirmos às mais adversas contingências, garantindo a sobrevivência naquelas que outrora nos vitimariam, dispensam que as células e tecidos se alterem para melhor lhes respondermos.
Hoje podemos mergulhar a grandes profundidades nos oceanos, arriscarmos a aventura espacial, subirmos às mais altas montanhas ou atravessarmos os mais inóspitos desertos sem passarmos por grandes provações. Porque, tal qual está formatado pelos milénios, o nosso corpo sente conforto numa escala de temperaturas, humidades ou pressões atmosféricas, que lhe são propiciadas por tais ferramentas. Exceto nos que se sujeitam às experiências extremas - e por isso encarados como sendo loucamente irresponsáveis! -, não se colocam grandes desafios à espécie para se modificar. Mas essas novas tecnologias, mormente relacionadas com as sinergias entre a inteligência humana e a artificial estão a assumir formas tão inquietantemente diversas, que não seria estranho o advento de uma nova espécie, a do homo technologicus, por alguns vista como utopia, por outros como atroz distopia...
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