Para compreendermos a base social de apoio, que suporta Donald Trump na Casa Branca, vale a pena conhecê-la por ser feita dos rostos concretos de quem acredita ter alguma coisa a ganhar com tão lamentável aposta. No caso dos que aqui testemunham as aspirações e dificuldades, a razão prende-se com o facto de viverem na Virgínia Ocidental, região sinistrada desde que a exploração mineira de carvão deixou de ser rentável e os empregos se volatilizaram. Ora Trump iludiu-os com a possibilidade de aligeirar a regulamentação do setor de molde a permitir-lhe o relançamento. Mas no ano em que o documentário de Carmen Butta foi rodado apenas 1345 empregos tinham sido recuperados.
A família que a realizadora acompanhou tem alguns dos seus membros entre os que voltaram a perscrutar as profundezas da terra e costumam ir à missa numa igreja pentecostal. E é dado igual destaque a um xerife, que decidiu processar companhias farmacêuticas por as responsabilizar pela epidemia de opiáceos, que tanta devastação causou na sua área de ação.
A consciência política destes proletários é básica e assim se compreende quão longe distam do entendimento das verdadeiras causas das suas angústias.
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