Até aos anos sessenta o cinema de Hollywood empenhou-se em assegurar a legitimidade da epopeia dos pioneiros, que tinham desbravado e conquistado as grandes planícies do interior dos Estados Unidos à custa de muitos combates com as tribos ameríndias.
Nos filmes das sete primeiras décadas da História do Cinema morreram tantos índios nos westerns, que houve quem referisse a quase certa extinção de todos eles se se contassem todos quantos Hollywood se incumbira de «matar».
Quando roda «The Last Wagon» em 1956, Delmer Daves consegue prenunciar o advento do fim do maniqueísmo, até então vigente, ao apresentar como protagonista Richard Widmark na pele de um branco, que vivera muitos anos com os Comanches de quem adotara a cultura.
Capturado por um xerife sádico, que o quer condenar pela morte dos irmãos, ele assassina-o, quando se tinham hospedado numa caravana direcionada ao oeste selvagem. Visto como temível assassino pelos pioneiros fá-los-á mudar de opinião, quando são obrigados a confiarem nos seus dotes para escaparem aos ataques dos Apaches, dispostos a vingarem a morte de muitos dos seus, massacrando todos os brancos, que lhe fiquem ao alcance. Durante cinco dias os sobreviventes da caravana vão escapando à perseguição até se verem sob a proteção do exército regular. No entretanto esse Todd afiambra-se a uma das pioneiras, a quem é confiado sob a promessa de o manter em rédea curta.
Servido por excelente fotografia, que usa e abusa da beleza selvagem do Arizona, «The Last Wagon» é elogiado como um título merecedor de integrar uma listagem sobre filmes antirracistas.
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