Aleluia! Aleluia! Foram encontradas as ossadas de Miguel Cervantes!
Se o ridículo matasse os patuscos, que agora anunciaram a notícia e a abrilhantaram com o alto patrocínio da srª Aznar, tinham caído fulminados para a mesma cova onde foram encontrados uns ossos dispersos, sabe-se lá de quantos cadáveres e ali sepultados em data indefinida.
Ouvindo as “explicações” dos autores de tão absurda “descoberta” dir-se-ia que estariam assim iminentes as explicações para uns quantos mistérios e segundos sentidos do «Quixote», até agora impercetíveis mesmo aos mais denodados especialistas do texto.
É claro que daqui a um par de semanas já ninguém se lembra do episódio, mas quem o protagonizou teve os tais quinze minutos de fama, esperados com tanta impaciência.
Na volta, morando aqui na Amora, sou capaz de me pôr a escavar em torno do meu prédio a ver se encontro umas ossadas suficientemente antigas para merecer convocação da imprensa e o anúncio de se tratar do esqueleto de Sebastião, o Desejado, que, vindo de Alcácer-Quibir, aqui se terá perdido num dia de apertado nevoeiro aqui na baía…
Poderia então afivelar para as câmaras um sorriso ainda mais pateta do que o do xico etxeberria, que terá liderado com tanto brilho aquela “investigação”!
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