«Under the Dome» é o nome de uma série, recentemente exibida nos canais de cabo, produzida por Spielberg e com argumento de Stephen King, e que desiludiu os apreciadores das obras dos seus dois criadores.
Mas «Under The Dome» também é um documentário realizado por Chai Jing e que começou por ser difundido através do site do «Diário do Povo» antes de ordens superiores vindas da liderança do Partido Comunista Chinês o terem proibido.
Uma das cenas mais curiosas do filme é quando a realizadora interroga miúdos sobre se já viram estrelas à noite, nuvens brancas ou céu azul, e nenhum deles tivera ainda esse privilégio. Porque a poluição é tal que o mais comum é ficarem restringidas ao espaço caseiro.
E, no entanto, existe uma consciência crescente da liderança chinesa em como a poluição é um problema muito sério, que tem de ser encarado com a máxima celeridade. Mas aquela que já é a segunda economia do mundo, mantém uma estrutura típica de país em desenvolvimento em que têm particular importância a indústria pesada e as centrais a carvão. Ademais o crescimento do parque automóvel tem co0nhecido um ritmo tão avassalador que há um carro novo a estrear-se todos os dois segundos.
Não admira que o entusiasmo pelas energias renováveis seja tão evidente para quem visita as grandes cidades chinesas. Mas, mais do que o lado ecológico, os empresários chineses veem nelas prometedoras oportunidades de negócio.
O que o filme de Chai Jing mostra são as contradições de uma sociedade que, ainda há pouco começou a descobrir os “encantos” da sociedade de consumo e logo se confronta com o seu lado mais negativo. Aquele que se traduz anualmente em 1,2 milhões de mortes prematuras por causa dessa mesma poluição.
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