Montado em 1908, sob os auspícios de George Ellery Hale, o telescópio do Monte Wilson é o mais importante da História da Cosmologia. As descobertas ali feitas foram incontornáveis. Nomeadamente as que tiveram a ver com um dos grandes mistérios até então insolúveis: as nebulosas. Ninguém conseguia adivinhar a distância a que se encontravam ou de que natureza eram feitas. E no entanto eram dos fenómenos celestes mais impressionantes vistos pelas lentes do telescópio.
Alguns astrónomos atreviam-se a considerar a hipótese de estarem para além da nossa Via Láctea constituindo o que então se designavam como universos-ilhas. Se essa ideia se confirmasse, então teria de se aceitar a possibilidade de existirem outras galáxias e serem muito mais latos os limites do universo.
Um dos principais colaboradores de Hale mereceria justa fama: Edwin Hubble. Ele passava noites inteiras a focar a sua atenção na Nebulosa de Andrómeda, cujos detalhes tinham-se tornado bastante mais visíveis graças ao novo telescópio. E está encontrou as respostas pretendidas.
O primeiro cálculo a que se dedicou foi ao da distância a que se encontravam em função da intensidade luminosa, que faziam incidir na Terra. Conseguiu-o, mesmo incorretamente, em 1923, quando partiu da relação conhecida entre o período e a luminosidade das cefeidas (estrelas supergigantes) em geral com as vislumbradas na nebulosa objeto do seu estudo. Concluiu assim, que a distância entre Andrómeda e a Via Láctea era de cerca de um milhão de anos-luz, embora posteriormente se tenha concluído em como seria mais do dobro desse cálculo. Mas o importante era o que permitia concluir: que Andrómeda era uma galáxia independente da Via Láctea, situando-se muito para além dos limites desta.
Graças à sua investigação, Hubble fez explodir os limites do universo, considerando-os muito para além da nossa galáxia. E, logo concluiu que Andrómeda não era caso único: existiriam dezenas de outras nebulosas, que constituiriam outras tantas galáxias. Desde então esse número só se tem dilatado, podendo conjeturar-se até que ponto é infinito.
Hoje pode-se dizer que existem mais planetas e estrelas no Universo já conhecido do que grãos de areia nos desertos e nas praias da Terra.
Mas o que Hubble estava prestes a descobrir ainda foié mais extraordinário: em 1929, estudando as características da luz refletida pelas estrelas mais distantes, ele concluiu que o Universo estava em expansão, com o espectro da luz branca a tender para o vermelho. O que significava que o comprimento das ondas sonoras vindas de tais astros estava a aumentar rapidamente.
O que Hubble descobriu foi um dos maiores feitos da História da Astronomia: o Universo não é estático, estando em permanente crescimento, com as estrelas a distanciarem-se cada vez mais umas das outras.
A questão seguinte não deixava, então, de ser não menos misteriosa: se o Universo está em movimento, o que esteve na sua origem?
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